Recentemente, assistindo o
programa
American
Chopper, da Net, fiquei encantado pelo trabalho deles, pela
forma criativa como constroem as motos, fazendo quase tudo com os
recursos de sua própria oficina.
Quase simultaneamente, e de certa forma
estimulado pelo programa da NET, descobri o site
Motos Clássicas 70, onde a seção “passo a passo” me chamou muito
a atenção. Li todos os depoimentos de restaurações, e a seção “apoio
técnico” foi me encorajando a comprar uma clássica para restaurar,
passo a passo.
Como até agora sou apenas um observador destas
motos e destas restaurações, (sou arquiteto, e não entendo muito de
mecânica), achei que devia estar com pelo menos um pé no chão, e
iniciar esse novo hobbie com uma motocicleta totalmente desconhecida
me pareceu muito pouco lúcido.
Desisti (momentaneamente) de recuperar uma
clássica e decidi que ia procurar uma XL 82 ou 83, branca como a
minha antiga, e de certa forma, restaurar também o meu passado, pois
já se passaram 24 anos.
Fiquei namorando uma que ficava estacionada
todo dia na frente de um restaurante no Cambuí (Campinas). Ela
estava bem feiosa, bem derrubada, mas como a idéia era recuperar
tudo, falei com o proprietário, que disse não estar à venda, pois
havia feito o motor e a moto ficaria fora de preço. Deixei um cartão
com ele e desisti desta XL. Continuei procurando. Comprei Jornal
Primeira Mão e visitei inúmeros sites de classificados, mas só via
motos caras, motos já recuperadas, ou derrubadas e caras ao mesmo
tempo, e por aí se passou um mês ou mais.
Pois estava eu almoçando em uma segunda feira
quando toca o telefone. Era o dono daquela XL do restaurante
oferecendo a moto. Negociamos, documentos em ordem, e acabei ficando
com ela.
Não contei nada em casa. Na terça feira,
quando minha mulher chegou tinha uma XL na garagem. "Que é isso?
Ficou maluco?" Mas a raiva passou logo. Ela só ficou brava de novo
quando soube que eu ia reformar a moto na varanda da sala. Mas no
fim foi ela quem me ajudou a colocar a moto lá. |